Inesperado sol
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Os meninos o acompanharam e Augusto não se incomodou, gostava de vê-los ali nos seus passos, como se fossem filhos, passos silenciosos, talvez também os meninos tivessem compreendido que a morte sempre vem com silêncios que se jogam sobre todos por um momento, os passos se cadenciavam, os silêncios vem e logo se vão, ocupam seus lugares sem muita demora os barulhos e vozes da vida, pegou o carro, os meninos subiram na carroceria e então soltaram as palavras e os risos, apesar de um tanto contidos, mas já se afastavam do peso da morte de dona Estelita, o poder da morte parecia se esvair naqueles sorrisos, naquelas palavras leves que trocavam sobre o carro, sobre dirigir, riam de qualquer coisa, de um balanço maior do carro que se dirigia para onde o padre estava, o padre entrou na boleia e também ele se ia em semelhanças com os meninos nos sentimentos que deixava à vista por entre as feiçoes e os modos, parecia aliviado de alguma dor, cantava baixinho outra música, queria Augusto sentir a mesma coisa, não sentia, não era luto o que o cobria, era a urgência de ir embora que dobrava-se sobre seus olhos com nuances de cinzas e fumaças.
10 comentários:
Só depois que li, é que percebi que é uma continuação...vou voltar para ler com calma1 Abraço
depois de uma longa ausência, fico prazeroso de lê-lo de novo, Dauri. Me tocou muito-lo de novo, Dauri. Me tocou muito a angustia da tia Augusta, este querer ir, porém, ir tb é uma morte qdo não se sabe para onde, contudo vem imbuído do renascimento. Abçs.
Voltam os poemas e o conto.
Voltamos às conversas, também?
Aguardo os "curvos ganchos das interrogações?"
Abraço fraterno.
essa paisagem em movimento, a subjetividade das personagens e a poesia articulada aos dois ficou de uma riqueza singular... bom regressar aqui! obrigado pela visita! grande abraço!
A morte e sua superação por uns e a carga melancólica pesando sobre os olhos do Outro.
Bela prosa poética. Volto para ler o que perdi.
Renata
Gostei! Você retornou no dia do meu desaniversário. Fiquei muito feliz. estava sentindo falta da sua fala aqui. Vou ler com mais calma agora, o capítulo. Obrigada, pois, sei que que andas muito atarefado. Eu também, mas gosto de ler sempre o que escreve. Abraço carinhoso. Zezé
É sempre bom estar aqui e apreciar as suas criações. Histórias que possuem o poder de nos fazer voar na imaginação...
Um abraço carinhoso
Potência escrita.
Potência de vida.
C.
Vejo com nitidez os semblantes dos personagens, suas mutações de acordo com cada momento e sinto a poesia viva que você imprime em cada palavra.
Perfeito!
Abçs.
Sua presença não passou despercebida pelo meu blog...
Está tudo bem?
Eu espero que sim!
Um abraço com carinho
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