08 novembro 2009

vertere seria ludo IX

Um ciclo de gritos, fracassos, ensaios
de admiração do belo e espanto: códigos
ainda, poemas depois. Alguns cães
ladram diante do hábito amarelo

do monge do farol que vai (ou que vem).

Lâmpadas, labaredas, amor
criam luzes, sinalizam rumos
e mares a se navegar. Se há
uma ventania nos lados de dentro

o vento é um impulso

para a cor dourada do sol. Viver,
invenção de fazer resumos de mares,
pedras, flores, átomos num
rubro mundo pulsante no peito.

O jogo de entendimentos das coisas

firma-se em letras e no preço de dizer
cada uma pelo doce do nome. Espinhos
e vinhos são barcos que passam. Um traço
no fim de tudo mistura no mesmo vaso

o auge do voo das gaivotas e das constelações.

6 comentários:

Dauri Batisti disse...

Vertere seria ludo, Horácio, Ars Poetica: misturar o sério ao divertimento

Paula Barros disse...

Sei que tem tanto nessas palavras que não entendo.


"Se há uma ventania nos lados de dentro o vento é um impulso para a cor dourada do sol"

Gostei! Lembrei das forças que vem de dentro, arrastando as nuvens que cobrem o sol, soprando ventanias outras.

beijo, boa semana!

Vivian disse...

"Espinhos
e vinhos são barcos que passam"

quanta verdade!!!

beijos, lindo!

Cristiano Contreiras disse...

Dauri, incrivel a proposta e conceito do seu blog, gostei mesmo e por isso seguirei. abraço

Ava disse...

"...Lâmpadas, labaredas, amor
criam luzes, sinalizam rumos
e mares a se navegar..."

Digo o mesmo que a Paula, as vezes também ficam pedaços que não entendo...

O certo seria entender o todo...

Mas fico aqui a retalhar seus versos...

Entendo que realmente só amor ditas rumos e mares a navegar...
Sen ele ficamos ao léu...


Beijos e desculpe e amu jeito...rs

Anônimo disse...

conter os impulsos..,é necessário!