30 setembro 2009

(com esta série iniciada hoje
afirmo ainda mais, e com prazer, minha condição
de não-poeta)

I
(O que contais?)

Uma fina pétala
teria lhe feito voar.
Exigia-se, todavia,
que aceitasse um pássaro
na cabeça.

Que despertem,
era a ordem,
no clarão da estrela errante.

Os olhos assustados,
metais de fronteiras,
limites gelatinosos entre mundos,
nada viam.

Teria que criar
a modo de poesia
dois caminhos
que chegassem ao mesmo lugar.

E três versões, ou mais,
de uma única dor.

9 comentários:

Euza disse...

A começar: o que é ser poeta? Talvez antes seja preciso definir poesia. Mas esta seria sempre uma definição relativa!
O ser poeta se confunde com o ser poesia. E nesta simbiose se constrói os signos. Assim:
"Os olhos assustados,
metais de fronteiras,
limites gelatinosos
entre mundos"
Um beijo, poeta!

myra disse...

acabo de ler todos os seus poemas aqui.Voce é GRANDE!!!! expressa tantas coisas que sentimos...eu gostaria de saber de poder gritar aos ventos palavras como estas , tao sentidas, tao verdadeiras, tao, nao sei mais o que te dizer...
um grande abraço, myra

Leandro Jardim disse...

importa-nos é a poesia, e a sua segue bela! grande abraço =]

Paula Barros disse...

Dauri, tenho lido, mas não tenho conseguido comentar.

O pássaro na cabeça me lembrou uma foto que fiz em Brasília, de um dos profetas com o pombo na cabeça.

Mas, para a foto, só consegui escrever...tenho muito mais coisas na cabeça do que possam imaginar. rsrsr

beijo

RENATA CORDEIRO disse...

Basta ter asas na alma, moço! Brincadeirinha! Se eu não tivesse tanto a fazer, eu comentava como o Poeta e a sua criação merecem, mas...
E por falar em comentários, estou aqui por isso. Comentei o seu poema nos Amigos na blogosfera. Fiz um pergaminho, como é o meu estilo, dei-lhe de presente a minha tradução de um poema de Baudelaire, que tem "algumas" semelhanças com o seu, A MORTE DOS AMANTES, escrito para Tristão e Isolda - obsessão minha - e o comentário não entrou, porque ficou demasiado longo. Então, tomei a liberdade de "roubar" o seu e-mail e lhe mandei o dito comentário. Era uol, com aquela coisa infernal de anti-spam. Tive que escrever as letras zilhões de vezes, até que percebi que bastava juntá-las e foi. Espero que vc o receba goste. Peço que mande ao Fernando (Tossan) para que ele dê um jeito de publicar,sei lá, se tirar o poema com o qual lhe presenteei, acho que dá.
Meus beijos de boa noite para que o Poeta tenha bons sonhos e muita inspiração,
Renata Cordeiro

Paulo Alt disse...

dauri , obrigado pela visita ao meu blog e pelos elogios.. to passando pra avisar q eu não esqueci de vir aqui não, tô precisando de um tempo mais sussegado pra ler com calma o seu se não não adianta nada ne? mas tudo q envolve cinema, música e literatura eu gosto.
mais uma vez, obrigado.
abraçoo

Unknown disse...

é com poucas palavras mostramos uma imensidao do que queremos ...

abraçao

Germano Viana Xavier disse...

Talvez a estrada bifurcada de Robert Frost, Dauri Jack.

A solução.
Ou não.

Continuemos...

Paula Barros disse...

"Teria que criar a modo de poesia dois caminhos que chegassem ao mesmo lugar."

Quanto mais leio o que você escreve,mas tenho certeza que a poesia ajuda no dia a dia, transforma, liberta, embeleza, alívia os pesos que tilintam na alma, dão asas...

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Não sei se já lhe disse que quando vejo um cavalo no pasto lembro de você, de vc solto a correr pelo pasto...inclusive a abertura da novela Paraíso me lembra você e a música tb.