19 julho 2009

Um choro ou
um cachorro
são dobras
do mesmo papel
onde está escrito amor.



Repartir
a saudade em pedaços
é parte da receita.
O resto eu esqueci.



Onde os olhos se perdem
é o horizonte.
Olhares perdidos no entanto
não amassam o pão.
Talvez encontrem ovnis.



O que se diz,
se diz
pelo sabor da pronúncia,
um leve contentamento.

4 comentários:

Fabricante de Sonhos disse...

Lindíssimooooo!
Um jogo de palavras perfeito e um contexto inteiro!
Lindo mesmo, meu poeta...

No fundo somos mesmo dobras do mesmo papel. Somos palavras soltas, que quando unidas, formamos frases. E se pronunciadas, contamos sempre uma história...

Adorei, viu?

Ótima semana!

Beijo grande.

Paula Barros disse...

Dauri, pensei em comentar sobre a saudade, e a divisão que me faz, os muitos pedaços que me torna.

E ao reler, a palavra horizonte me reportou a uma imagem.

O encontro do céu azul com a serra alta de vegetação bem verde, a sensação boa, a lembrança e um tipo de saudade, onde realmente o olhar vai, vai, vai... se perde, e se volta para dentro de nós.

beijo

Vivian disse...

...engraçado que a saudade
vem sempre em pedaços,
e vamos degustando-a
como um doce raro.

bj, querido poeta das
palavras mágicas.

Beatriz disse...

"O que se diz,
se diz
pelo sabor da pronúncia"
bonito...