(elementos: água...)
Houve um tempo
nos dias do predomínio da água
em que o canoeiro largava o remo e, descendo, levado,
olhava o trem que ia, ou que vinha, em seus trilhos.
Certa vez o canoeiro viu do outro lado do trem,
no pasto, perto da cerca, um olhar revelador do mundo,
um olhar de leite, uma vaca, sozinha.
Ela olhava. Há sempre um adeus pra se dizer.
5 comentários:
Jamais sairemos ilesos de um sentimento de pureza, mesmo o mais ínfimo for.
Abraço de sábado, Dauri Jack.
Sigamos...
Dauri, fiquei a pensar nesse olhar de leite. Me lembrei de olhar de mãe.
Ler você continua sendo um deleite. E daqui eu não gostaria de dizer adeus nem tão cedo. Porque quando venho aqui eu converso comigo e com o meu Deus.
As vezes é preciso largar os remos e se deixar ir, no entanto aqui não senti o fluir dessa ida. E com certeza sempre se tem um adeus para se dá, mesmo que não estejamos preparados.
A série elementos está sendo fantástica.
abraços
(e aqui chove - água, água...)
Estava vendo os textos que perdi e faz tempo mesmo que eu não venho aqui heim? Como você soube desde o dia em que começei a te admirar, tenho uma adoração enorme pelos seus textos. Suas palavras são muito poderosas e, ao contrário de muitos escritores por aí, conseguem passar sentimentos por elas, fazendo o leitor viajar. Desejo muitas oportunidades a você, futuramente.
Dauri, essas palavra...suas palavras são músicas aos ouvidos.
...é poema filosofado! rs..
Nosso olhar diante da natureza e nisto que vamos e voltamos e, ainda bem que nas idas e vindas, dentro ou fora de trens, parábolas como este texto, nos conectam com a simplicidade, a singeleza do alimento primeiro - o leite e do primeiro outro - o olhar.
Carinho, Dauri.
Grata.
Beijo,
Mai
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