24 maio 2009

(quinto elemento: TnUaDdOa...)

Houve um tempo
nos dias do predomínio do TnUaDdOa
em que minhocas de veludo excretavam as galáxias.
Na medida que soltavam suas dejeções ficavam invisíveis,
e sumiam. Restaram seus buracos em nossos corações.
A mãe na caverna acordou assustada, deu um pulo, verificou
cada um dos filhos adormecidos, e pos mais lenha no fogo.
Como não tivesse mais sono, pos-se a desenhar nas paredes.

12 comentários:

Márcio Ahimsa disse...

...pois que esses sonhos são lamparinas da alma, agora é desenhar mesmo o sorriso numa parede para espantar a falta de sorriso, que, por ventura, bater em minha porta qualquer hora da noite ou do dia. Mas que a lua é alumbramento e é cúmplice da poesia que os capins esvoaçam ao sussurro do vento no fundo do meu quintal.


Abraços.

Paula Barros disse...

Estive aqui. E fico pasma, e quando penso que os elementos acabaram me surge esse novo. E minhoca de veludo...

Com certeza eu volto.

beijo

Unknown disse...

Me diz uma coisa: de onde tiras tanta inspiração? Porque pra fazer os meus relatozinhos eu passo por uma evolução trágica, imagina para escrever essas palavras. Você abusa do conotativo, e isso que eu acho mais interessante.

:.tossan® disse...

Sonho muito real! O seu escrito é muito especial! A poesia canta, dança, é real e não apenas um sonho, me encantei de novo! Abraço

Saara Senna disse...

Olá!

Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.

Mário Quintana

Beijo grande :)

Ava disse...

Dauri...

Vc me enlouquece..rs


Estou aqui a me perguntar qual minhaquinha fez esses buraquinhos no meu coração...

Que vc tenha uma semana iluminada!

Beijos avassaladores!

Paula Barros disse...

Sabe, Dauri, relendo, muitas e muitas vezes cheguei a uma conclusão. Talvez uma lição.

Quando quero entender, perco a emoção.

Não dá para querer entender o que você escreve, é me deixar mergulhar na emoção, é me deixar afogar nas sensações, é me permitir sentir.

É tudo ou nada. E aqui eu prefiro o tudo que me emociona.

beijo

Dauri Batisti disse...

Paula,

obrigado pelos comentários. De fato, como diz Manoel de Barros, em poesia a palavra tem que pegar delírio. Compreender exige outras dimensões da mente, do coração. Acrescentei a palavra "caverna" ao poema, veja se te traz novas percepções. Tomei o inicio do universo e o inicio da humanidade como imagens para o poemeto.
Beijo.

Paula Barros disse...

Acompanhando....

Emocionada portanto com o seu comentário.

beijo

Anônimo disse...

Desculpa a sinceridade mas, na esteira do Manoel de Barros, associei "minhocas de veludo excretavam as galáxias" com Jornada nas Estrelas.
Bom é brincar com palavras e sensações, se permitir sentir sem entender.
Fraterno e forte abraço!
Charles.

Dauri Batisti disse...

De fato Charles, sou um "trekker". Meus poemetos não deixam de ser viagens na Interprise. Quanto às minhocas aproveitei a ideia dos astrônomos que falam dos buracos de minhocas no universo.

Obrigado elo comentário,

Abraço.

Sueli Maia (Mai) disse...

Eu viajo quase sempre e sonho meus sonhos, dormindo ou mesmo acordada, sabe?
Delírios surreais nem sempre me são desagradáveis, por vezes são como os 'hiatos' ou as fendas, as frestas, perfuradas por minhocas onde o humus, pode até ser pó, estelar, minhocas que escretam galáxias... Sentir, eis aqui o que o meu coração me traz a agradecer-te.

Abro um sorriso e, aqui, eu desisto de teimar contra a tua teimosa decisão de ser, não-poeta.
Beijos, Dauri.
Carinho,

Mai