30 abril 2009

XIV

Pode haver uma chance no entardecer
de viver como quem semeia trigo
ao amanhecer.
Carregado de carinhoso olhar,
acima do destino de ver, ser capaz de
plantar
girassóis na lavoura da tristeza.

Busco. Mas agora o que há é uma vontade,
travessa, pueril, de puxar de surpresa
o pesado
manto da tarde e deixá-la nua,
linda e livre para o amor
de fazer
poemas comigo, até a noite chegar.

Respigar antigos desejos de amor
abandonados, sonhos simples de alegria
esquecidos,
e aproximar-se em cada um deles da realidade
que a poesia há muito tempo já havia
alcançado,
e sugerido, como caminho.

9 comentários:

Ava disse...

Dauri, fiquei curiosa, e até voltei lá no seu perfil, para ver sua profissão, atividade, qualquer coisa que me fizesse ententer o por que de vc escrever tão bem...rsrs
É que tens um modo tão peculiar de escrever... E vc sempre alterna sobre o que escrever... não fica sempre no mesmo assunto.
Não sou nenhuma crítica literária...rs
Mas me encanto perdidamente por sua poesia!

"...ser capaz de
plantar
girassóis na lavoura da tristeza."

Como não ficar aqui, lendo e relendo, e sentindo o quão mágica é essa frase...

Que coisa mais linda imaginar uma lavoura de tristeza sendo invadida por girassóis... O milagre da felicidade, milagre de viver!

Vc é que me deixa assim... Tão tagarela...rsrsrsrs

Ava disse...

Beijos e um ótimo feriadão!

lula eurico disse...

Como não ficar entretido a abeberar-se nessa fonte? Também estou a deleitar-me com os teus girassóis, Dauri(já não te chamarei poeta)rs
Um caminho, uma realidade sugerida.
Plantas girassóis em nossas almas, Dauri.

Grato.
Abraçamigo.

Jacinta Dantas disse...

A tarde, desfazendo o dia, parece querer celebrar. Em cores mil, anuncia ao mundo que o tempo é assim: passa, tranquilamente, fazendo seu curso, seu percurso. Mais um dia se cumpriu. Lembra-me – a tarde – tantos dias de “sonhos simples de alegria”. Resgatá-los!? Quem sabe deixando-se inundar pelas cores do entardecer e lembrar que, depois dele, haverá sempre o novo amanhecer.
Beijo

Sueli Maia (Mai) disse...

Houve um tempo em que eu não conseguia terminar a leitura de teus textos, sem invariavelmente, chorar. (não ligaeu corto cebolas, mesmo)

Depois à medida em que ias inventando outros rumos parecia que as demais palavras não estavam mais conectadas às mais fundas do coração da Mai. Mas esta tua série me rachou ao meio como quem parte uma palavra e a faz sangrar.

Na segunda linha eu já derreto meus olhos.

E vou tentar te mostrar o que sangra nesse novo caminho de palavras:

é isto aqui:
acima do des_tino de ver...
no des_tino, um tino, uma direção, um caminho, uma leira, uma semeadura... girassois na lavoura da tristeza... giram os sóis...
Os girassóis buscam a luz em seu destino... e a tristeza talvez pudesse, acima do destino de ser triste, buscar o des_tino e ir em busca do sol, da luz, dos girassóis.

Dauri, estás filósofo há bastante tempo mas nesta série tu conseguiste algo que me fascina que é fazer da filosofia, ato, sabe?

Penso mas de que pensar me serviria não fosse o viver?
Eu beijo você.
E agradeço muito, muito.

Carinho e admiração,

Mai

John Doe disse...

como concegue escrever todos os dias com tamanhã paixão e intensidade nas palavras sem nunca perder o foco...

eder ribeiro disse...

Se a poesia, certamente, é o caminho sugerido, tenho como certeza que para se chegar lá há a necessidade de ficar aqui, lendo, e no fim ter a certeza que não precisa ir, pois a poesia se encontra aqui. Aplausos imensos querido Dauri.

Fabricante de Sonhos disse...

A poesia nasceu!
Lindas as tuas palavras...
Nua, crua, limpa e tocante!

Um sonho simples e embora seja sonho, é palpável!

Amei!

Ótimo final de semana!

Beijo meu...

Fabricante...

anareis disse...

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