05 julho 2008

Escrever este campo duro e resseco

De escrever e escrever,
espero colher – perdão,
não cultivo jardins –
um bom aipim.
Vou te oferecer com carinho,
mais do que se te oferecesse
pétalas e perfumes.
Pois de escrever e escrever
este campo duro e resseco
foi que colhi uma raiz de pensamento
que só no amor se cultiva.
De escrever e escrever,
podes escolher
como tu vais querer o aipim.
Se com mel de abelha,
com melaço de cana,
com manteiga, quentinho.
De escrever e escrever...

6 comentários:

John Doe disse...

O meu com manteiga quentinho por favor, escrevendo e escrevendo tu plantas a tua semente para a imortalidade...

Katia De Carli disse...

Você não estava falando sério quando disse que pensava em parar, estava?
Não é posível... sua sina é escrever (como a maioria de nós) e colher aipim, melhor que flor perfumada, porque alimenta o corpo, às vezes faminto depois do amor...
beijos e bom fim de semana

Josely Bittencourt disse...

Escrever e escrever é o q salva, nessa selva onde o perdão é o meu pisar nas gramas do jardim macerado e natimorto. Dos defeitos do mel aprecio o fel e aguardo de caNa e mesa o estilo destilado, suado de como transo meu escrito:
"...nasci descalço e sem luvas/ mas comigo trazendo a boca cheia de abelhas"
(Graciano, Reinaldo dos Santos Neves)

O aipim é sui generis fica por essapalavra.

E disso penso Nietzschedamente q prefico com manteiga e quentinha!

:^D

Anônimo disse...

Se todos os campos secos pudessem florescer assim, em versos, em aipim que, com mel ou melado sempre adoça os dias, inspira, encanta!

beijos

Mariah disse...

frito no bolinho com queijo, na cervejinha amiga, amassadinho com açucar e canela, no bolo da vó...o aipim, a mandioca ou a macacheira...quem escolhe é você.

beijos
mariah

mundo azul disse...

...de todos as maneiras, aipim é delicioso! Acompanhado por belos versos...Nada mais há de se querer!
Beijos de luz...