Nas margens do córrego ele se sentou...
Nos arredores do alambique velho
nos idos de 1972
no que restou da ponte de madeira,
naquele dia pesado,
ele se foi esconder.
Pedra e marreta seu coração
a bater. Reagir? Gesto inútil
a tocar a margem por ali
como um lambari branco,
rasgado pelo anzol na garganta. Pensava,
pensava, pensava sem querer lembrar
das crianças no primeiro entardecer sem mãe,
casa e coisas largadas; breve vida.
Vontades de cachaças sem querer beber.
Pela centésima vez ânsias,
perguntas, perguntas, muitas perguntas.
Tragar lágrimas era a resposta única.
As águas do córrego de nada sabiam e se iam
assim, como sempre, melancólicas, por entre os matos
e, quem haveria de saber, um outro universo no fundo.
... presa numa garrafa uma piaba se debatia.
7 comentários:
Gostei.
Abraços,
*CC*
poxa, Dauri, gostei da homenagem... salvei até a imagem, pois achei linda... obrigado pelo destaque, muito obrigado.
poo caara
quase entrei em depressao lendo isso!!
Realmente, bem melancolico! Depressivo!
a perda é realmente um sentimento confuso. único. assim como sua forma de expressá-la. gostei mto.
mais um txt seu voltado para o passado. ótima fase.
Abs
Muito bom. Pena da piaba ;)
pow, dauri. sem palavras pelo destaque. valeu mesmo.
abs!
Eu sempre acho que meus comentários aqui são tão inúteis. Eu sempre digo a mesma coisa, estou sem palavras... mas... o que falar? Eu leio e leio o que você escreve e não existem outras palavras... acho que palavras não podem expressar a compreensão de uma alma, lendo outra, ou podem?
Desculpe sempre dizer a mesma coisa... minha alma está estarrecida e embebecida com o que leio aqui... e meu cérebro não é capaz de me dar nada muito mais edificante!
Bjos
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