Uma lâmpada fluorescente quebrada
Fui marcado,
estou cicatrizado,
meu olhar ficou embaçado.
Vivi tantas coisas,
poucas coisas eu vi
preso nesses caminhos
que vão logo ali,
e já estão voltando.
Quando a máquina parou
o vento fez um movimento diferente
na árvore que na boca da noite avistei
pela vidraça embaçada do anatômico.
Parei e me admirei
de que meus olhos
fossem capazes de ver
algo novo.
Ouvi um barulho,
fui até a outra sala
e sobre o cadáver numa das mesas
uma lâmpada fluorescente quebrada.
9 comentários:
Vezez há que não se para para admirar nosso redor...
Belo espaço de poesia...
Doce beijo e meus tastoooooooos
Aqui de pensamentos:
http://olharindiscreto.sapo.pt/
Fazer ver algo novo, ou tornar estranho o que nos é familiar. Eis uma das possibilidades da arte e do artista.
Parabéns!
Colibry
Obrigado pelo "belo" dado ao meu espaço - essapalavra - de poesia.
Eurico, você foi em cima. De fato eu quis falar do olhar "velho" mas que ainda assim é capaz de ver o novo e o estranho. Mas a máquina, homem-máquina, precisa parar.
Ainda deixei a imagem da lâmpada quebrada sobre o cadáver para outras aproximações.
Oie Dauri...
Percebi-se que és um lindo poeta e tem muita sensilidade ao descrevê-las aqui...
Apareça no meu espaço e torço para que volte e retorne...
Janaína
rapaz... uma semana q fico sem passar por aqui e já encontro quatro novos textos. vc está produzindo bastante, hein?
bom pra gente.
abs!
Poesia... ééé muito boa mesmo!!
Apesar de nao ter paciencia pra escrever isso hoje, mas já tive!!
Claro que nao saia coisas assim...
Mas to retribuindo a visita e o comentario!
Welcome Back to your nightmares, darling!
Ah, poeta, o olhar só envelhece se nos negamos a alonga-lo para além de nós mesmos. Porque só um olhar novo é capaz de atravessar os velhos muros e acender luzes nas ruas da gente.
beijo
sobre este, fiquei sem saber o que dizer... rs
coisas que perdemos pelo caminho... momentos vividos e que estão em gavetas, equilibrados sob um constante movimento pendular... que uma hora cessa, a máquina então desliga, a luz se apaga, e um novo instante se instaura. resta-belecer a respiração, renascer e encarar as possibilidades que o 'novo' propõe.
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