21 novembro 2007

Tudo tramado pra me levar a elas.

Assim não vale,
não se faz isso com um menino.
Quando eu ia me divertir
tu vieste a gritar meu nome
- desconcentrando-me.
Agora digas, por favor,
onde foi dar o amor
que anunciaste-me?

E, pior ainda...
O pião que arremessei,
quando gritaste,
onde foi girar?
Sobrou-me nas mãos a fieira,
no corpo e nos olhos uma fogueira.

Esquece, esquece.
Não te acuso.
Fieira, fogueira, estrada...
Livros. As palavras.
Tudo tramado pra me levar a elas.
E elas?
Elas deram um fim na minha inocência.

É preciso rir...
Admito, agiste como mestre.
Conduziste-me por onde querias.
Onde me levas não sei.
Pudesse eu pelo menos encontrar
por onde me fazes andar
o velho pião que arremessei.

3 comentários:

fjunior disse...

lindo poema... e triste né, afinal, quando somos roubados por elas é terrível... abraços

Wellington Felix disse...

Atingiste em cheio nossa emoção, passou com saudades nossa infancia, e como é triste ter de crescer...Parabens!!! lindo poema

Anônimo disse...

Que belíssima imagem criou-se para mim ao ler essas palavras!

Parabéns Dauri, pelo que escreve, é realmente tudo muito lindo, cheio de emoções e imagens maravilhosas!

Beijos