Isso de fazer poesia tem a ver
com o caminho que faz a voz.
Esta, que não é a minha,
nem a de ninguém.
Ela passa pelas minhas cordas,
me amarra com a minha letra,
se arranja bem com os meus termos,
usa meu tom, meu timbre, meu ritmo,
me subtrai as palavras mais caras,
e me cala.
Mudo, mudo de dimensão.
Ao invés de fazer poesias
acabo por encontrá-las vazias
de toda e qualquer palavra
no silêncio do que não se escreve.
Mas a mudez não dura muito.
Isso de fazer poesia tem a ver
com o caminho que faz a teimosia,
a angústia, a ternura, a esperança de recompor a vida
e dizer a luz que aparece antes do nascer do sol
e o escuro que também se mostra ao meio dia.
2 comentários:
Hum!!!
Essa é prá guardar no coração.
"Isso de fazer poesia tem a ver com o caminho que faz a teimosia". Teimosa, sei que sou. A poesia? Ah! adoro ler as que você escreve.
Jacinta Dantas
Rapazzz!, que lindo poema, que a sensibilidade e essa capacidade de amar, transborde sempre em poemas assim comoventes e fortes, e que esse transbordar se torne tambem alimento e agua fresca,pra essa alma canibal. Parabens poeta
ps. tem coisas novas no meu blog, pessoas postando vai me visitar.
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