10 novembro 2012

Vem um dia e vai outro, os acontecimentos seguem, e Deus continua sendo, pra mim, um suave aviso. Apenas. Algo assim.  O sol se levantará amanhã. Um aviso acerca do que não carece de aviso. Ame! O navio que está no porto partirá, sob o arco da ponte um outro cargueiro avançará mansamente para o cais. E essa presença, para mim, ainda é mais escondida que a brisa suave, aquela que o clássico texto bíblico menciona. A brisa suave o homem de fé ainda percebe. A presença de que falo é uma brisa tão imperceptível que apenas um homem de pouca fé poderá reconhecê-la. Sim, apenas no titubeio e na fraqueza de uma fé quase não-fé, (por que me abandonastes?) é que se dará este encontro, essa conexão entre a brisa imperceptível e o filete verde e inclinado da erva miúda. Ame! Exageram tanto nos elogios de Deus, meu Deus!, penso que até Ele se incomode, e fique esperando um gesto de Amor mais do que estas estrondosas e grandiloquentes manifestações de fé. Falam de experiências tão altas que os que vamos aqui pelos baixos vales do mundo, pelas ruas árduas do cotidiano de luta, até pensamos que temos que inventar também feitos e maravilhas de Deus em performances de fé impecáveis. Ah, eis que desempenharei desajeitadamente outras performances, aquelas que marcam as dores e lutas e habilidades humanas na construção de um outro mundo.

2 comentários:

Maria Helena disse...


Ao ler este texto senti-me pequenininha e grande ao mesmo tempo.Não sei explicar;só sei que sou humana e amo por AMOR .
Abç .



Paula Barros disse...

Lendo, me veio, o quanto o ser humano, eu, estamos distantes dos ensinamentos de Deus. A distância entre o ato e a fala.