07 novembro 2012

Um dia desses, folheando um livro numa biblioteca, dei-me com a palavra maravilha. A raiz da palavra se avizinha do nosso verbo mirar. Maravilhar-se, portanto, é um estado que decorre de um olhar que vê algo mais, um olhar que desdobra superfícies e vê outros lugares na mesma paisagem. Fiquei pensando que os humanos são estas paisagens ricas de mil camadas e que merecem estes outros olhares. Mas há que se desacostumar o olhar - como bem nos mostra o poeta do pantanal Manuel de Barros. Sim, desacostumar o olhar do nosso – às vezes idolatrado – ponto de vista. Pois que se vai o olhar em perigos de ser viciado, em ver sempre as mesmas coisas, os defeitos, os pontos negativos, o inimigo, isto e aquilo, o que não está ali, mas que ali enxergamos. Ah, e o olhar que se cai dessa arrogância com certeza vai se dar com maravilhas por ai, na história, na vida, na experiência, no traçado dos passos de cada um.

3 comentários:

Paula Barros disse...

A vida com o olhar e o viver de desacostumar, sempre nos proporciona muitas outras vivências, experiências.
Acho ruim quando não consigo. Principalmente comigo mesma, com o outro.

Maria Helena disse...


Desacostumar o olhar para enxergar maravilhas .Boa dica.Tentarei e assim tudo será mais belo .

Zezé da música disse...

È verdade. Colocamos muitas invencionices nos nossos olhares, e geralmente sempre para o lado ruim, daí nossa vida por horas ficar sem graça. Vou tentar como a Maria Helena, e tudo será uma meraviglia!
Um carinho de Zezé