18 setembro 2011

e dizer, a vida

Ali está o livro de Rubem Braga, crônicas tão bonitas, mas o olhar cai sobre um vento. Sim, escorrega pelo vento e vai. Abre-se uma janela, e outra, e outra e o olhar vai sobre a cidade, sobre os campos e a linha de trem. Vai tonto de ser feliz, certo de ser feliz. Talvez nem seja bem felicidade, seja só uma cidade, a da vida, essa situada ali, a lhe dizer qualquer coisa do tipo cachoeira e cheiros, mar e azul de setembro, café e tarde livre. Ou talvez seja apenas idade, idade de ter visto muitos amores, e viver muitos outros, e flores. A orquídea resiste e propõe outros entendimentos, totalmente inusitados. Ah, é bom que se diga, o olhar assim no vento pode até ter uma asa que bate de um jeito que parece o bater de asa infeliz, como asa de beija-flor. Mas, sim. Sim. Acordar e dizer, a vida. Mas dizer é viver... E  se pode escrever... acordar, feliescrever a vida... seguir.

Nenhum comentário: