16 outubro 2009

V

Também pássaros
e a árvore solitária
num campo que passa.
Uma rua à noite, papelões
e passos vagos. Longe,
olhar que se perde. Então
as horas sondam
as asas dos sonhos
e dizem impossibilidades,
e penduram aflições em seus
voos.

... talvez seja cansaço.

7 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Triste, Dauri.
A solidão das noites e as horas de um sono fragmentado pelos passos que assustam.
papelões feito colchões, duras camas de chão e medo.
Noite que quase não passam...
Beijos, amigo.
Bom domingo

Márcio Ahimsa disse...

...as horas sondam esses sonhos, ora meninos, ora uma pele tecida de sol, banhada de vento, coberta de lamento por uma vida mais plena de viver, apenas viver, desnudando dessas vestes de papel para vestir um amanhã de céu e mar, riso sem fim de acordar justiça...

Abraços, amigo.

vieira calado disse...

Talvez seja cansaço...

mas o poema é muito interessante.

Obrigado pelas suas palavras,

no meu blog.

Um abraço

Paula Barros disse...

Eita, menino que brinca de empinar as palavras no meu coração.

"Então
as horas sondam
as asas dos sonhos
e dizem impossibilidades,
e penduram aflições em seus
voos."

....talvez seja desilusão. Asas depenadas momentaneamente.

(ei, já sabe que quando complemento falo para mim, de mim, por mim....)

beijos e abraços.

Carla disse...

Que essas horas noturnas voem bem rápido, para dar logo lugar ao "pássaro de fogo", rsrsrs... o sol.

Bjos

Juliano disse...

O olhar se perde, mas o coração está convicto.

Abraços Dauri

Oliver Pickwick disse...

O poder do versejar. Poetizando, inventou novos verbetes: gratidão, saudade, tédio, ternura e cansaço. E para alguns deles, foi preciso despoetizar. Poeta, por vezes, repórter de realidades sombrias.
Ótima série, meu amigo!
Um abraço!