II
(o que contais?)
Ele se lembrou
das exigências
que se lhe tinham sido feitas.
Haveria de plantar
o fogo do fogo
e alimentá-lo
com o vinho do desate.
O diamante do horizonte cegou-lhe,
para que pudesse sentir
a superfície fria do tempo.
Ao fim do dia
voltou-lhe a luz
e as hesitações.
Haveria de, por ofício,
afinar o violino
com o peso
ou a ternura das horas.
Ou, tatear sob o dorso da língua
indícios de novas pronúncias.
8 comentários:
Rituais de hesitar, ir e voltar e a dúvida é a única que não hesita, e insiste em ficar. Palavras de tocar o toc de medrar. Ou será que era a sombra que, mesmo com a luz, amedronta e faz hesitar?
Hesitar. Essa palavra que mesmo com a luz, não deixa o eu ter êxito, seria o medo? Ui, vou voltar.
Sei lá...
um beijo
O ofício do ser, as escolhas, o dia a dia.
E a beleza do que transborda em palavras.
E de palavras em palavras...um mundo que se afina.
beijo
Indicio de novas pronuncias.!
Gostei
Abraços
hesitação: o tal de saber sentir e ir ou sentir e saber ficar.
gosto de tudo aqui, abraços.
Que lindo Dauri "superfície fria do tempo" a tua maneira poética de pensar me impressiona.
É sempre uma alegria estar aqui.
Beijos
"O diamante do horizonte cegou-lhe,
para que pudesse sentir
a superfície fria do tempo"
Sentir interiormente e não mediante os olhos. Quem cegou-lhe foi o diamante. Pedra rica, mas que não tem poder para mostrar a beleza.
Abraços.
Por aqui, beleza se tem a todo instante. E, por ser belo presentear, deixo um selinho prá vc lá no meu florescer.
Beijo
"Haveria de, por ofício,
afinar o violino
com o peso
ou a ternura das horas."
É lindo demais, e adoro ficar indo e vindo, e pegando trechos dos seus pensamentos. Porque cada trecho é um todo e diz sempre muito.
abraço, bom restante de sábado.
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