14 setembro 2009

III

Que força bate
e rebate o metal
que se dobra no fogo
para fazer uma rosa de bronze.

Bato e rebato-me
enquanto persigo
esta forma. Penso.

Mas,
desejarei vender
a flor, inútil rosa?

Talvez a saudade,
misteriosos desejos, ou a poesia
manuseie as lâminas em brasa
nos redobres das pétalas.

De metais e lâminas
me esvazio, no entanto.
Arremesso punhais, espadas
e elmos na caldeira.

Aguardo do rei
bons acres em fértil província.

A flor em demoras fará sementes e
os dias persistirão seguindo os
passos de sonhos e ansiedades.
O amor me suportará
enquanto.

Se me limitar a aspereza do chão,
ampliar-me-ei
para além das montanhas
em olhares de fazer arte comigo mesmo.

4 comentários:

John Rômulo disse...

Além di português afiadissimo que você tem eu amei ler seus poemas!
Gosto de poemas!
Destaque: "(...)em olhares de fazer arte comigo mesmo."

Parabéns!

meu blog: www.johnrmulo.blogspot.com

Ava disse...

Dauri, a mesma força que rebate esse branze, simbolicamente, é a mesma força empírica que preence enche, e transborda de suas palavras...

Ler voce é dá uma sensação de saciedade...rsrs

Vá entender...rsrsrs



Beijos e carinhos mil!



PS: As Vezes nem eu mesma me entendo... mas sinto...

Memória de Elefante disse...

"O amor me suportará
enquanto."
...Esta frase é o poema!!!

Anônimo disse...

Bom texto, bem intenso, bem legal.
E obrigado pela visita e comentário no meu blog.
Abraço.