14 setembro 2009

IV

Engole, retorce-se
o estomago, vomita,
deixa ir este fluxo, a feiúra,
palavras, ervas
que se multiplicam,

espinheiros que se espalham.
De que falo, disso,
jogo sem graça, mas feliz
(ou contente, senão feliz),
jeito de encontrar a rua
na cidade estranha

onde se vive
perdido. O amor se associa
à poesia, amasiados
em laços selvagens
e espirituais

ao mesmo tempo. As palavras
são jogadas, pedras, astros,
I ching, oráculos que
me predestinam ao sonho

de dizer, enquanto vivo,
tantos amores e mundos quantas
estrelas há no céu. Ah,

amar, a melhor brincadeira,
máquina que para o tempo,
remédio de esquecer a morte.
Porquanto digo sem causa,

sem grandes histórias
a me conduzir, por prazer.
Estranho. Dizer,
quem sabe, seja morrer
e ressuscitar com mais fome.

5 comentários:

Abraão Vitoriano disse...

a palavra é o prumo da vida... e disso não tenho medo de dizer...

a palavra fere, conforta, tem tom e sabor...

abraços nobre poeta,
suas palavras em mim
dançam...

Germano Viana Xavier disse...

palavras astro
lábios
lábios
astrais
meu astral
seu teu véu
de palavras


Sigamos, Dauri Jack.
Meu abraço.

Vivian disse...

...a tua palavra, é que
me faz pensar.

e quando penso...cresço!

smacksssssss, lindo poeta!

:.tossan® disse...

Rasgue
as estradas
os mares
os ares
e viaja
esqueça
o tempo
Quem sabe...

Muito linda! Pura!
Eu gostaria de edita-la no Amigos na blogosfera se o poeta permitir.
Abraço

Anônimo disse...

Vim passear aqui...

Bj