II
Amar é quase, apesar
de que. Completar
a frase... é difícil.
Ocupar-se de amor
pode ser um modo
de preencher-se de.
Bem, de quê não sei.
O ontem de amor
e o amanhã ainda vazio
deixam entre eles um vão,
um quase. Nele
se respira
e se sufoca.
Vão poderia ser um vaso,
outra realidade,
uma dimensão do universo,
terra boa e úmida
onde se colhe flores,
feijões,
hojes de folhas grandes.
Mas, ai meu Deus,
amar é quase,
quase,
quando só se colhe
hojes de folhas miúdas.
5 comentários:
Ao ler seu poema, me deu vontade de segurar o amor nas mãos... tamanha a fragilidade que senti...rs
Era como se ao final de cada frase, o amor fosse espatifar no chão...
Surreal... e lindo!
Dauri, sensação difícil de explicar...rs
Eu nunca sei se o amor é frágil ou não. Se parece um sentimento frágil, me faz forte. Me desperta para a luz que se escondia em mim. O amor é o quase, mas é [in]transitivo. Ele se basta, ele se completa. Revela em mim de mim escondia. O amor denuncia.
Daury, o comentário que você deixou no IeBN me deixou com os olhos brilhando. Uma vontade danada de chorar o que o texto não revelou.
Eu te adoro, poeta!
beijo
corrigindo
[...} revela em mim o que de mim se escondia.
"Entre o amor e o amanhã, há o vazio", e este vazio é que mata.
Belo poema.
Abs
Um dos melhores poemas sobre o amor que tenho lido ultimamente.
Postar um comentário