05 agosto 2009

A solidão suave e invisível,
amiga e debochada, como fantasma
segue o impacto dos passos, das mãos no teclado,
letras, fragmentos de decisões, escolhas,
curvas e pedras, palavras. Vida, trilha, sigo
o rumo de estrelas desconhecidas, versos,
reversa bússola, tino. Destino? Olhares em saudades,
gestos melancólicos de buscas sem fim
compõem esta canção, queixa, exclamação.
Clamo, canto, engano-me feliz de poesia,
encanto-me e desando em passos tontos,
sem chegada. A morte é parada, fria,
mas não é chegada. Passo por ela escrevendo
uma carta que ela nunca vai ler, um
poema, sem poeta ser. Trilha, vida, vou,
desencarna-se alguma disciplina dos ossos dos erros,
meus, becos e vias sem saída. Resta, a herança,
uma possível via, uma florada de frases
insignificantes, poesia sem poeta, poemas,
tremas esquecidos das intranquilidades,
mares, estradas por onde se tenta alcançar, é isso,
depois, bem depois de muitas milhas,
algum amor.

5 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Bem, eu não sei do que debocharia a solidão mas, da solidão que projetas em concreto com o teu jogo de palavras, pareces debochar, tu mas eu, quase sempre saio sorrindo daqui. Essas palavras...Essas palavras...

Beijo.

Paula Barros disse...

Observo os escritos...e observo as palavras que me chamam a atenção - solidão, destino, escolhas, decisões, vida, passos, estradas, erros, clamo, canto....algum amor.

Me espanta o que você escreve, a emoção que me passa, a construção dos textos. Aprecio!!!

beijo, bom dia.

Paula Barros disse...

E eu que pensei que ia chegar no trabalho e ia está atualizado por aqui. buá, buá..


Dauri, estou lendo um livro e lembrando muito de você. Cartas entre amigos - sobre medo contemporâneos. Fábio de Melo e Gabriel Chalita. Lembro porque faço link com algumas coisas lidas por aqui, e outros porquês.

abraços, excelente dia.

Rodrigo Andreiuk disse...

a solidão não pode ser preenchida com nada. é o que parece, colocando tantas palavras, que nada, irão alterar o seu espírito.

Germano Viana Xavier disse...

Dauri Jack,

acabei não vindo aqui avisar sobre a mudança. Mas agora você já sabe o caminho. Continuemos como sempre. Na amizade construtiva.

Abraço forte.
Sigamos...