07 agosto 2009

A rua e a cidade,
qualquer coisa
me fala de uma luz
bem no fundo do que há em mim.
O que há em mim?

Eu mesmo, eu mesmo dentro de mim,
uma luz-treva,

uma luz que ainda não é
luz-luz. Será? O olhar é vago. Nublou,
não chove, nem relampeja. O olhar
cortou a noite em claro,
separou o ontem do amanhã

e eu,
nem me pergunte,

passeio bem no meio
de uma música triste,
linda. If you knew how
I missed you. Acabaria com meus versos
se pudesse viver sem dizer nada.

Mas não posso. Ainda não.
Não tenho suficiente luz.

2 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Eu fui lendo e me perdendo e me perguntando onde eu me perdi e onde eu estou ou vou?
E imaginei um homem cabisbaixo pensando, pensando, em se achar.
Há em tua escrita algo que mexe comigo em profundidade e, por vezes, é leve e me faz rir, sabe?
.
Mas deixa te confessar um fato:
Esta imagem que escolheste como ícone, te mostra circunspecto (gosto dessa palavra, risos...), sério. Mas fico imaginando que quando terminas de escrever e depois que lês, tu também sorrís de alguns textos e, noutros, há muita seriedade. Não sei, esse texto foi repleto de imagens.

abraço,

Paula Barros disse...

Essa semana escrevi numa folha - escrevo porque penso. Olhava depois e nem eu mesmo sei explicar, sei que todos pensam. Talvez escreva o que não posso falar. Ou o que não entendo.

Acabar com os versos? Isso não é tão prudente para quem tem tanto para dizer. Para quem toca outras almas, concordando com Mai, em profundidade.

E quanto mais luz tiver mais tocará os corações.

Acredito que o escrever é também libertar-se, procurar-se, buscar a luz.


um beijo