28 julho 2009

... procura
um poema,
encontra muitos,
não se agrada de nenhum.
As montanhas lhe vêm à mente,
mente pra si mesmo
pra não sentir
o poder da queda,
a força da pancada
da tarde em seu fim,
perto da noite
dentro do próprio coração.
Lá onde o mundo gira
é bem longe,
e o livro
está em Paris.
Do mais o que o quintal tem,
um pé de jaca, algumas
laranjeiras, uma jabuticabeira
e cacau. É lindo o cacau,
mas o chocolate que se quer
é o suíço. Escurece
e a oficina mecânica fica linda
no escuro. Das unhas
a graxa não sai.
Acender uma
fogueira
dentro dos olhos
é o melhor
que se tem a fazer.

3 comentários:

Márcio Ahimsa disse...

querer a embalagem
com o brilho de fora
é não enxergar
a magestade do cacaueiro
fazendo sombra
em nossos paladares
num descanso moroso
que não termina...

abraços.

Paula Barros disse...

Acendendo a fogueira dos olhos, imagino aquecer o coração, iluminar a alma, florescer a esperança. Alternativa boa, gostei.

beijo

Ava disse...

Douri, quem acende um fogaréu danado é voce, com essasplavras...rs

Até valeu um trocadilho...rs

Isso porque as palavras criam vida, e se agitam, querendo nos queimar...

Voce faz isso muito bem...rs