19 junho 2009

(lendo um romance japonês)

O dedilhar confuso destas contas das palavras
faz escorrer oliginoso e ordinario perfume,
de paisagem em paisagem, viagem de incerto rumo

seja para Kyoto ou no Estado do Espírito santo.
O que se é nesta palha página, o fogo ou a fuligem
na casa ao longe que se avista. O amor

seria um modo de dizer que o livro tem todas
as páginas. Nada se perdeu. Tudo se leu. Nada.
A vida pode ser bonita e escrita na primavera. Um modo

de dizer convence-nos mais do que outros. Nuvens.
A ameixeira floriu, Deus! e a montanha eleva-se a mesma
desde os olhos do velho imigrante que a seus pés rezou.

6 comentários:

Ava disse...

Dauri, saudade !

"A vida pode ser bonita e escrita na primavara..."

Acho que é melhor...

Se a escrevemos no inverno, corre o risco de sair cinza e gélida...

Pensamentos abstratos...rs


Já lí Kyoto... Tantos anos se passaram, nem sei se lembro mais a história..rs


Beijos!

Dauri Batisti disse...

Cara amiga "avassaladora" não é kyoto que estou lendo. Pretendo ler kyoto mais adiante.

Um beijo.

Paula Barros disse...

Ler seus poemas/versos/issos são para mim feito um debulhar do milho, é preciso ir debulhando grão por grão. Com cuidado, com trabalho, com prazer, com fome, saboreando.

É uma frase que sorri - "A vida pode ser bonita e escrita na primavera", outra que grita e diz pare aqui, me olhe, me aprecie, veja que maravilha - "A ameixeira floriu, Deus!". Mas são tantas assim. E se eu sair e voltar, quem me sorriu, pode me fazer pensar e chorar. É uma roda gigante de emoções.

Dauri, você não imagina o que suas palavras fazem comigo. rsrsrs

bom final de semana!

Paula Barros disse...

Madrugada, chuva, silêncio, vim com calma. A semana foi atribulada.

Estava relendo o poema abaixo, e percebo (posso está equivocada) que mesmo lendo o romance japonês, os temas saudades, amor, dor, tempo, vida, passado, a busca, estão presentes....presentes nessa caminhada também.


"Não diz good-bye o que o coração carrega"

beijo

Dauri Batisti disse...

Exatamente isto Paula, os poemas, livres, são misturas do que vou lendo no livro com o que vou inventando, pensando, recordando. O lá e o cá. Kyoto e Espírito Santo. O livro e as páginas da internet. Coisas de um não-poeta escrevendo poemas. Nestes poemas "japoneses" o que fica na estação é uma frase ou outra, do mais tudo é "viagem".

Um beijo.

Paula Barros disse...

Portanto, Dauri, é a vida! Essa viagem que concecta o dentro e o fora, o dentro e o fora....piui..tá..tá..tá...para viver melhor, pelo menos é essa nossa viagem. Me permita o nossa, porque percebo esse seu olhar para dentro, na busca/tentativa de viver uma caminhada mais harmoniosa.

E suas palavras já me ajudaram a ir lá dentro, bem dentro.

Por isso, uma vez eu escrevi, que cada mudança sua de série eu preciso tomar fôlego porque eu não sei quais estações (inverno/verão/primavera/outono) eu vou passar.

(e qualquer comentário que não esteja muito de acordo com o que você escreve, sorria, talvez ou quase sempre eu estou me projetando rsrsr porque se eu não me projeto eu não faço a viagem. Ok?)