06 junho 2009

(avulsos)


A menina estava cansada.
seu olhar caia, caia...

e se ia
com passos bem curtos
até ali.

A menina não queria mais
as ondas das campinas, nem
o sol se pondo por destrás do morro.
Não queria o fogão aceso
como luz para a cozinha
nem queria mais
a noite que sempre vinha
no pio de soturnos passarinhos.

A menina tinha 18 anos
colhia morangos durante o dia.

Me deparei com ela, ela
se deparou comigo.

Nenhum
dos dois sabia
se era o que via
ou se via o que era.

Casamo-nos num fim de dia.

6 comentários:

Paula Barros disse...

Primeira reação: Lindo!!!

Gosto demais dessa sua capacidade de escrever.

Quando eu não souber, não conseguir me expressar, direi o que pula dos seus versos, e mexe aqui comigo. Ok?

"Nenhum
dos dois sabia
se era o que via
ou se via o que era"

beijo, um lindo sábado.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO DAURI... SIMPLESMENTE SUBLIME... ADOREI AS TUAS PALAVRAS... ABRAÇOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA

Anônimo disse...

Que liiiiiindo! Amor inocente e ingênuo de duas crianças *-*

Adorei :D

;*

Maria Helena disse...

Lirismo e inocência.Lindo!
Abraços de Maria Helena

Sueli Maia (Mai) disse...

Muitas foram as imagens que essas palavras me trouxeram aos meus sentires. Os campos ondulando ao vento e o campo do viver. O desejo de mundo e do que me pesa e pondero e do que pondero por sentir...
A partir daí, os dias, os dias...

Um Beijo

Anônimo disse...

...essa menina se parece comigo.
Mesmo que meus 18 já se passaram há tempos...rsrs.

Lindo poetar, Dauri!