07 junho 2009

(avulsos)

Cheguei do cinema,
a noite chegou

comigo, na mesma hora.
O escuro me ignora
e me cobre

mesmo que eu peça sol
por favor, sol. Não.
A notícia me deram
a notícia dos corpos
boiando na vastidão.

A noite me apertou
a garganta, a mão gelou.
A noite (um avião caiu no mar),

a noite é um mar.
Eu sou um rio

...

8 comentários:

Ava disse...

Dauri, sem necessidade de palavras... claro!

Só o silêncio...


Um grande, um imenso beijo!

Paula Barros disse...

Dauri, também cheguei do cinema, minha mãe comentou da notícia, também me sinto com a garganta apertada, um nó no peito.

Vim ler seu blog, e saio com o nó mais apertado.

Se puder olhe a lua (está linda), converse com ela, deixe o rio desaguar.

um abraço enluarado!

Rosemeri Sirnes disse...

Olá meu amigo Dauri, aquele abraço. Me ensina a fazer poesia? Me traz essa beleza?

Beijos

lula eurico disse...

Quando a notícia do dia nos invade, com as proporções desta do avião no mar; quando a tragédia invade o imaginário, não há como resistir à poesia, essa abissal protopoesia, que emerge da noite sobre as águas de um mar deserto e tenebroso. A poesia sai assim, rupestre, aflita, solitária e solidária.
'Stamos em pleno mar...

Abraço fraterno

lula eurico disse...

Errata:
Poeta, falta um "r" na "gaganta". Digita lá e depois deleta este comentário.

Dauri Batisti disse...

Obrigado Eurico. Já coloquei o r na garganta.

Deusa Odoyá disse...

Meu lindo Dauri Batisti...
Hoje sou eu a escrever um poema.
Espero que gostes.
As palavras voam sobre as nuvens dos sentidos,no universo das emoções.
Fazer amor é percorrer as trilhas da alma.
Uma batendo na outra, desvendando céus.
Descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos sem pressa e delizdeza...
Porque a alma tem tissituras de cristal, devem ser tocdas nas levezas, apalpadas com amaciantes, até que o corpo descubra suas funções.
Quando se descobre acontece o ato do amor.
As mãos deslizam sobre curvas, como se tocassem nas nuvens.
A boca sedenta vai acordando e retirando gostos, bebendo a seiva que jorra das nascentes, escorrendo em dons.
è o recôncavo em amorosa conjunção.
Fazer é ressureição!!!
È nascer de novo.
Corpos se ajustam, almas materializam
Fêz-se o êxtase!
È o intante da paz´, é a escritura da serenidade!
E os amantes em assunção pisam eternamente!!!.
Espero que tenhas gostado.
As vezes me sinto um pouco igual a vc.
Uma semana de muitas glorias e luz.
Beijinhos doces, meu amigo poeta.
Regina Coeli.

Sueli Maia (Mai) disse...

E por mais que doa e careça do silêncio da realidade, parece que a mídia grita, mais e mais as 'notas' nas dores alaheias...
Beijos,