05 junho 2009

(poemas avulsos)
Decidi novamente
sofrer minhas dores,
abrir uma brecha nesse volume
de gafanhotos azuis, azuis
que me enganam o olhar.
A sala continua vazia
e a saudade não caiu ainda
do quadro pendurado e torto
como você queria.
Arte-me a dor,
ator do que vivo, sigo.

7 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

leve não
há no mundo
nem peso
de pesado
o que o Kundera diria,
em sua insustentável leveza
de ser?
de sermos...


Abraço forte, Dauri Jack.
Sigamos...

Dauri Batisti disse...

Um dia a amiga blogueira “Avassaladora” disse (comentário da postagem do dia 18 de maio) que achava meus poemas muito profundos e densos. Então dei uma “aliviada” e escrevi coisas mais “leves” nas três últimas séries. Rsrsrs. Como não escrevo para publicar livros, a cotidianeidade da minha escrita desprovida de interesses de visibilidade no mundo da literatura permite-me esta interlocução com quem se aventura a me acompanhar nesse prazer e se dispõe a fazer suas observações. Tudo isso para dizer que volto agora ao leve-corpo dos dias, às pesadas-asas da alma, da vida. Volto à leveza de erguer pedras para costruir uma torre. Sigo meus personagens enquanto eles mesmos me perseguem.

Márcio Ahimsa disse...

Se as asas da verdade viaja junto ao sonho de ser vento, leve então é o pensamento que, pelas plumagens do voar, atira-se longe no tempo, distante como estrela, mas presente nesse infinito de estar aqui e existir.

Paula Barros disse...

Dauri

Acompanho suas séries, de dezembro para cá sempre esperadas e com repercussões e sons diferente dentro de mim.

Já sorri, já chorei, já voei...

E, quando vejo a série se estendendo, já imagino o fim, algumas quero que acabem logo, na ansiedade do novo, do novo em mim.

Outras, sofro pelo fim que se aproxima e pelo que pode vir, a vir em mim.

Parece meio louco, ou não compreensível, mas é assim para mim.

Assim, li rapidamente, respirei profundo, preciso me despedir da que termina, mesmo estando em mim.

Preciso de fôlego para mergulhar nessa, porque pode ser um mergulho em apnéia, nunca sei.

Vamos lá....

Paula Barros disse...

"Arte-me a dor"

Parte-me a dor
Arde-me a dor

E transformar em arte as dores. Transformar o dia. A rotina. As relações.

Transformar em poesia a vida. A vida da poesia.

Cosmunicando disse...

sem palavras

Sueli Maia (Mai) disse...

Imponderáveis. As palavras terão o peso que as pessoas a elas atribuirem. Por vezes palavras comuns assumem o peso em toneladas de afeto.

Beijos,