O mesmo jardim
(terceiro poema da série ASPECTUS)
Chama miúda, faíscas
quase fuligem.
Rosas romance
desfeitas pétalas
vislumbres de espíritos
caídos, ou anjos.
Frágeis vasos
tudo frágil
o lado de dentro
onde se aporta o ar.
Dói.
Dor em linhas tristes
desenha no rosto
um lugarejo despovoado
um jardim, um jardim
o mesmo jardim, sempre o mesmo jardim
de abandonos.
O dia em pleno sol
vigia os pássaros
para que não cantem.
A festa reservar-se-á para um dia
aquele que ainda vem.
14 comentários:
Bom dia Dauri,
postei um poema seu lá no florescer.
Coincidência...
é aquele que fala de fogo miúdo e que eu gosto tanto.
Beijo
Bom dia!
Dauri, não vale, eu dizer que não vale me fazer chorar...
Acabo de vir lá da Jacinta e já estou com lenços-de-papel nas mãos.
Chego aqui e pff...
Estou sentindo uma espécie de apoplexia cárdio-respiratória, pelo peito que se amplia diante da emoção que não contenho, porque é imensa.
Não compreendo como a linguagem e a poesia, têm esse "poder" que não adianta negar, é mesmo epifanio.
É um poder que tonteia e não se controla, também não cabe dentro mas repercute ali, no miúdo de meu universo interior.
Eu viajei lá na Jacinta falando nela e em ti,e viajo agora, também.
Porque colarei aqui o que escrevi para Jacinta, porque isto é uma "covardia-linda e boa" me fazer chorar desse jeito, em pleno domingo, às 8h 20 min... não consigo mais escrever, somente sentir e aproveitar isto...
ai está o que escrevi:
Eu ainda não sei muito bem, a quem precisarei reverenciar:
a ti, Dauri, aos amigos-poetas que habitam este mundo sem fronteira, ou a um Deus que em mim E no Universo inteiro, habita.
Diante dos meus olhos, fez-se luz, sobre uma constelação de gente, incrivelmente sensível e humana e que me emociona, a cada dia, em muitos dos minutos destes dias, em que me impus a tarefa e o prazer de "blogar".
Hoje, agora, lendo tua homenagem ao Dauri, dou-me conta da riqueza contida nos versos dele, e no teu gesto. E de resto, quem fica com o tesouro, neste instante, sou eu.
Cheguei aqui, de mãos vazias e, saio abastecida e emocionada, com o que li e ainda sinto.
Isto sim, é que "poder"!
Um Beijo é teu, outro é do Poeta Dauri.
A honra, é minha por tê-los encontrado.
Ah!
Lá vou apanhar lenços-de-papel....rss
Ah! Dauri, onde consigo comprar este livro?
Onde o publicaste?
Diz, logo....
Carinho, muito e sempre.
Os poetas são madrugadores? Ou ninguém dorme por essas bandas do sul sudeste? rsrsrs
Bom dia, poeta. Ganhei meu dia e estou bobo, bobo, com o poema (teu) que ganhei da Jacinta. Essa menina vai terminar abreviando meus, já parcos, dias de vida. rsrsrs Haja coração!!!
Este Mar que beija a Ilha
Traz de longe sonhos perdidos
Adormece na areia e deixa
Na espuma mil e um segredos
Meus sonhos são estrelas que semeio no espaço
São corpo nu que vagueia pela saudade
Brotam e correm para o Mar
Enfrentam a dor a tempestade
Bom domingo
Doce beijo
Agora sou eu que estou boba. Com os comentários emocionados. Belezas que emocionam.
Quanto ao poema, a dor, fazendo escrever, mas a esperança de vir um dia de festa. Muito bonito.
um lindo dia para você.
Olá querido Dauri, belíssimo poema... Adoro a tua escrita!
Votos de bom Domingo!... Beijinhos de carinho e ternura,
Fernandinha
Bom-Domingo de Advento
Olá Caro Dauri
Um dia no jardim do abandono, chegará a festa ansiada. E então a voz dos pássaros far-se-á ouvir.
Muito bonitos estes poemas dos jardins, sou uma apaixonada pelo tema e por aquilo que os jardins inspiram.
Um beijinho Natalício
Isabel
Pois é Dauri, acabei de vir da Jacinta e a sua palavra lá é presença muito querida...homenagem merecida...grande abraço...
Respirar o ar daqui é sempre muito bom!
Suas palavras tem o poder de me levar a uma viagem interior.
Aproveito para lhe desejar uma semana repleta de dádivas!
Um abraço carinhoso!
Beijinhos
simplesmente lindo
Jokas
Paula
um jardim de encantos... é a mágica do encontro do beijo do colibri e o néctar da flor...
asa, vento e movimento, fome e alimento.
Abraços...
Gosto de separar teus versos, de mastigá-los devagar, saboreio como mamãe sempre aconselhou e me delicio. Quero sempre mais. Teu poema me fez lembrar uma música do Moska "..tudo se compõe e se decompõe".
Meu poeta, beijos
Outra vez o ritmo frenético. E, a interação é perfeita entre estes três. Lê-se como se fosse um único.
Um abraço!
Postar um comentário