Ninguém poderia imaginar
Não havia jeito. Não era possível.
Frio, chuvas, ventos,
isolamento, gênios, ânimos,
maus-tratos, dificuldades o tempo todo.
Um dia ensolarado era uma saudade.
Não era possível. Era possível
amar novamente, tentar vida nova.
Ninguém poderia imaginar,
- se bem que poucos os visitavam,
para saber de uma rês desgarrada,
pedir emprestado um galão de diesel... -
Falaram com emoção em amor,
da casa e da beleza do lugar,
montanhas, prados verdes, ar puro,
deram uma trégua para as diferenças
e... desejaram um filho.
Na madrugada, sozinha,
tudo tantas vezes pensado,
ela tomou a velha camionete,
pisou fundo no acelerador
sem se preocupar com o barulho,
e ganhou a estrada.
Pequenas questões:
Por que o título é ninguém podia imaginar?
Por que ela não se preocupa com o barulho?
6 comentários:
Dauri
Foi um imenso prazer divulgar seu blog no Bossa Nova Café.
Aliás, para mim, foi um presente poder conhecer seu espaço. Foi por aqui que comecei a tomar gosto pela poesia.
Divulgar o essapalavra foi para mim uma forma de agradecimento sincera!
Grande abraço!
Bossa Nova Café - textos, música e arte!
Pode sim adicionar o blog. E parabéns pelo texto.
Abraço.
E foi atrás do amor dela?
Que coisa linda, amei!
=D
Não sei bem por que lembrei da cena em que Thomas e Tereza pegam a estrada numa caminhonete...e encontram a morte, no filme A Insutentável Leveza do Ser, baseado no livro homônimo de Kundera.
"Um dia ensolarado era uma saudade"
E como me dói essa saudade. Quero céu azul e sol, de volta... e a paz que isso possa trazer, além do sorriso escondido.
Bjos
Ly
Ela matou o sujeito e fugiu.
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