25 setembro 2008

Ninguém poderia imaginar

Não havia jeito. Não era possível.
Frio, chuvas, ventos,
isolamento, gênios, ânimos,
maus-tratos, dificuldades o tempo todo.
Um dia ensolarado era uma saudade.
Não era possível. Era possível
amar novamente, tentar vida nova.
Ninguém poderia imaginar,
- se bem que poucos os visitavam,
para saber de uma rês desgarrada,
pedir emprestado um galão de diesel... -
Falaram com emoção em amor,
da casa e da beleza do lugar,
montanhas, prados verdes, ar puro,
deram uma trégua para as diferenças
e... desejaram um filho.

Na madrugada, sozinha,
tudo tantas vezes pensado,
ela tomou a velha camionete,
pisou fundo no acelerador
sem se preocupar com o barulho,
e ganhou a estrada.

Pequenas questões:
Por que o título é ninguém podia imaginar?
Por que ela não se preocupa com o barulho?

6 comentários:

Tiago Soarez disse...

Dauri
Foi um imenso prazer divulgar seu blog no Bossa Nova Café.

Aliás, para mim, foi um presente poder conhecer seu espaço. Foi por aqui que comecei a tomar gosto pela poesia.

Divulgar o essapalavra foi para mim uma forma de agradecimento sincera!

Grande abraço!

Bossa Nova Café - textos, música e arte!

Hanne Mendes disse...

Pode sim adicionar o blog. E parabéns pelo texto.

Abraço.

Anônimo disse...

E foi atrás do amor dela?


Que coisa linda, amei!

=D

lula eurico disse...

Não sei bem por que lembrei da cena em que Thomas e Tereza pegam a estrada numa caminhonete...e encontram a morte, no filme A Insutentável Leveza do Ser, baseado no livro homônimo de Kundera.

Anônimo disse...

"Um dia ensolarado era uma saudade"

E como me dói essa saudade. Quero céu azul e sol, de volta... e a paz que isso possa trazer, além do sorriso escondido.

Bjos
Ly

Dauri Batisti disse...

Ela matou o sujeito e fugiu.