05 junho 2008

Filhos do sol
(inspirado na invocação dos indios Sioux)

Vem impetuoso vento, com o sol que se levanta,
em cada fragmento de luz, no brilho que afasta a escuridão
e, com a quentura que tudo transforma,
retira a borra, faze surgir em meu coração
o ouro e a ternura dos filhos do sol.

Vento sagrado, de fogo, que me conduz,
sempre e suavemente, a um novo amanhecer,
acorda-me para a vida, pelos meus sonhos
e permite-me expressá-los também com gestos,
brincadeiras, poesias, cantos.

Abre meus olhos para a beleza que está para além
dos desejos egoístas e das coisas que passam,
e, deixa-me ver, nas estradas, as pessoas como elas são.
Então, escolherei hoje, novamente, o amor, para ir adiante
na trilha que a sinceridade e a autenticidade me apontam.

Que eu saiba, ao seguir ao lado de outros,
falar com poucas palavras,
e que o meu espírito, quietinho, na tua presença,
compreenda as visões que me concedes
enquanto dou passos nos meus rumos.

10 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito do nome.
Me fez lembrar uma canção...

Leandro Jardim disse...

o insumo é o passo
de todo rumo
ao espaço


inspiradores versos!

abs
Jardim

Anônimo disse...

Os sioux invocam o "espírito" do vento sagrado. E do sol que esquenta esse vento...
O poeta faz quase uma prece diante do mesmo vento, quente de sol e gerador de amanheceres "transformadores".
Um pedido que escolhe o amor autêntico, a fraternidade e a quitude de espírito. E sobretudo a "compreensão" para além das exterioridades que passam...
Lembrei-me até de Francisco de Assis...o santo católico que chamava o sol de irmão-sol!
Um poema-oração.
Belíssimo!
Abraço
Dora
Um

Alice disse...

.... escreves como mágica, palavras que encantam a alma.

bjusss pra vc

Joice Worm disse...

Até faz mal comentar, Dauri.
Esta poesia merece um fundo musical e uma voz a recitá-la.
Beijos para ti.

:: Daniel :: disse...

Eis uma oração que vale tanto para os índios Sioux, para os devotos de Oiá (ou Iansã, rainha dos ventos e das tempestades no candomblé), para Deus, em sua forma única de crença, ou para cada um de nós que precisamos respirar outros ventos, outros ares.

Abração!

Célia de Lima disse...

Que cois linda, poeta! Não há muito o que eu possa dizer dessa maravilha.. então transcrevo uma oração que adoro, do livro "A lenda da pequena flor":

Oração Lakota

Wakan Tanka, Grande mistério
Ensina-me a confiar
Em meu coração,
Em minha mente,
Em minha intuição,
Em minha sabedoria interna,
Nos sentidos do meu corpo,
Nas bênçãos do meu espírito,

Ensina-me a confiar nessas coisas
Para que eu possa entrar no meu
Espaço sagrado
E amar muito além do medo
E assim caminhar na beleza
Com o passo do glorioso Sol.

Wellington Felix disse...

Esse desejos que brotam dos corações purificados, hão de construir nos homens uma morada melhor, de amor, aquele amor que cuida e descortina esse milagre maior que é a vida

Parabens! Irmão 'Alma de Indio'

Wellington Felix disse...

SIMPLES, MAS VERDADEIRO........


Uma noite, um velho índio Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas.

Ele disse:

- Meu filho, a batalha é entre dois lobos dentro de todos nós.

Um é mau: é a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, as mentiras, o orgulho falso, a superioridade e o ego.

O outro é bom: é a alegria, a paz, a esperança, a serenidade, a humildade, a bondade, a benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé.

O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu avô:

- Qual o lobo que vence?

O velho Cherokee simplesmente respondeu:

- O que você alimenta.

Dauri Batisti disse...

Felix,

Muito boa esta parábola. Obrigado.