24 junho 2008

Aço-topázio
(nova exortação ao autor do blog feita pelo honorabilíssimo escriturário corregedor)

Necessitas, para escrever, tecer tua voz
com os fios que costuram o coração.
Necessitas esmerilhar no ouvido a escrita,
essa palavra que andas deixando por aqui.
Por suposto palavra apresentada
como metal batido e rebatido,
liso, polido, aço-topázio trazido
de lá, de longe, do outro lado,
depois da ponte, do fundo dos rios
do país das noites, da terra das canções.
Venho apressado e trago-te um aviso,
não me faças o tempo perder.
Hás de retornar com a tua caravana,
e... silêncio!
Vão longe as trilhas para as velhas e ricas minas.
Na verdade, mal passaste pela ponte, e já voltaste.
E o que é pior, a ti mesmo é que enganas.
O que trazes não se fez em solidez, é pó.
Esterco e cascalho batido pelos teus pangarés.

9 comentários:

Mike disse...

quero viver neste mundo, país das noites, terra das canções a tecer minha voz com os fios que costuram o coração.

belo poema
grande inspiração (ainda q vc negue)

abração

fjunior disse...

enganar a si mesmo é sempre o pior dos enganos.

:: Daniel :: disse...

Fios, tramas e costuras também me inspiraram esta semana. Gosto dessa sincronicidade entre blogs.

Abração, amigo!

fadazul disse...

lindo post. Parabéns, bjks

Camilla Tebet disse...

Que coisa mais bonita isso. Necessitas, para escrever, tecer sua voz... è tão verdade isso. E dá tanto medo de escrever linhas tortas.. e acabar descosturando o coração. Adorei aqui. Vou favoritar para ler mais.

Jânio Dias disse...

Ah, Amigo... voc� me cala a voz.

Anônimo disse...

Caro Dauri,
sua bela pessoa em versos esta em chamas!
postei uma poesia sua hj...
é um prazer divulgar seu talento por lá!
abçs
silas
o fogo anda comigo
thefirewalkswithme.blogspot.com

Elcio Tuiribepi disse...

OLá Dauri, belo trabalho como sempre, quanto ao estilo lá do poema "Insônia", também não tenho muitos desse tipo, mas "Insônia" gostei da forma como usei as palavras, tenho um carinho por ele...rsss...mas ainda prefiro o seu estilo, com palavras livres, sem rimas, muito bonita a sua forma de escrever, assim como o da Célia de Lima e outros colegas por aqui...grande abraço e bom final de semana...

John Doe disse...

ah meu amigo, são perfeitas tuas palavras sempre e se não são as historias como teis tecidas fio a fio ao menos assim são tuas palavras...