05 abril 2008

Um copo d'água

Num canto qualquer da casa,
desacordada,
está a palavra alegria.
Uma outra circula com ares de dona,
inquieta, faminta, efêmera, lesiva.
Nem ouso dizer o nome,
senão ela cresce e me envenena.
Fico quieto no canto e observo-a.
Quando ela se assusta diante do espelho,
corro, tomo... e alegre levo
um copo d’água para a alegria.

9 comentários:

Renato Ziggy disse...

A gente tem que hidratar a alegria da gente sempre. A água nos traz esse alívio com gosto de paz... Abraço!

Mike disse...

Sábio Dauri...
Ciente da importância das palavras... pronunciá-las permite-lhes criar vida e nos atormentar...
Recuperemos a alegria no cantinho da sala e ocultamos a solidão que ecoa pela casa... Um sorriso basta!

eder ribeiro disse...

o teu poema surrealista é de causar alegria, pego o copo e brindo contigo. Parabéns. Abçs.

Luciana Cecchini disse...

Sim, salve a alegria! Alimente, hidrate-a. Faça-a dona da casa.

Bjo,

Luci:)))

Noelle disse...

Olá! Essa é minha primeira visita, e quero dizer que dediquei um bom tempo à leitura de tuas palavras. Nada mais tenho a comentar senão algo como um: parabéns. Só isso. Parabéns.

Luis Eustáquio Soares disse...

salve, dauri, que cultura é antes de tudo cultivo, e a pergunta ou a qu estão é sempre a que seu belo poema nos propõe: o que temos culturalmente cultivado?
meu abraço,
luis

Clara Mazini disse...

Que bonito, por aqui.
Palavras vivas, e correndo pelos cômodos da casa...

Mike disse...

alegria inquieta
acordada
faminta
sedenta
a mirar no espelho
sua face... e sua contradição.
brindemos...

abraços

fjunior disse...

nada mais original do que pensar em dar água á alegria...