22 abril 2008

Da mesma cor, outra dor

Será a cor a dor da flor
de se sentir só e viver tão pouco
para disfarçar e esconder a semente
dos devoradores de grãos?
A semente sim, parece, vive e geme sem medo
de cair na farra do vento e dançar na terra,
talvez lutar contra os escuros do chão
ou com eles tramar arranjos e barganhas
e partilhar segredos da vida e arcanos
até quando esgotada em orgasmos
rompida e livre das cascas
puder desaparecer no tempo
de uma outra flor da mesma cor,
outra dor.

8 comentários:

Patrícia disse...

Que lindo..
E quisera eu poder manipular de forma tão sutil e ao mesmo tempo intensa as palavras para que sejam não só poesia, mas musica aos olhos de quem le.
Abraços.

Beto Mathos disse...

Cores, cores, cores....
Cores lembram Frida, Frida lembra vida, tal qual a das sementes.
Lindo, amigo!

John Doe disse...

pefeito, não sei por que, ou sei... tanto faz, me lembra uma historia chamada "Morte o Grande Momento da Vida"

Jorge Elias disse...

Belo!

Até sexta-feira.

Jorge

Anônimo disse...

N�o tenho como expressar os sentimentos que me afloraram e me levaram na farra do vento.Lind�ssimo!viajei...

Mike disse...

dauri...
valeu pelo desenho...
...pela lembrança...
achei instigante o movimento
parece um barquinho no meio do oceano
valeu!

Plinio Uhl disse...

O importante é, entre uma dor e outra, q são inevitáveis, germinar.

Abração!

Joice Worm disse...

Dauri, como sou recém chegada, já viu que tenho que ler seus posts de traz para frente... Não faz mal, tudo o que escrevestes será lido. É a magia da escrita.
... Acho que nunca li uma descrição tão fiél â flor como esta. Se alguma flor pudesse lhe dizer como realmente se sente, penso que iria lhe agradecer por esta análise partilhada. Bravo!