26 janeiro 2008

Ao largo! Ao largo!


Marujos e ratos sorriam.
Águas e estrelas sorriam.
Todos sorriam com ele.
Foi a pique na tormenta,
a bombordo do seu Poësis,
a imensa nau Absinthiu
que lhe vinha no encalço desde Macau.
Quando o vento soprou a luz do nascente,
soprou também a clareza nos pensamentos.
Era prisioneiro - o absinto no fundo da boca -
arrastado por correntes em terra seca.
Um ímpeto todavia dentro dele
exigia no grito a ousadia:
Marujos do Pöesis
examinem escotilhas,
cabos, mastros, velames.
Ao largo! Ao largo!

2 comentários:

Anônimo disse...

É...temos retirar as amarguras e deixar que soprem os bons ventos em nossas vidas!
É isso aí! Ao largo!

Bjos

Dauri Batisti disse...

É isso mesmo Luíza.
Do absinto o amargo, do amargo o sabor, do sabor o prazer, mesmo e apesar das amarguras.
Ao largo, ao largo.
Acho que a personagem - capitão do navio Pöesis - também adota o ditado pelo avesso. Prefiro o amargo, de doce basta a vida.