Preciso ir dormir mais cedo.
Há algo novo que eu quero plantar
nos canteiros da noite lavoura
onde espero depois da demora
colher frutos, talvez algo como amoras
ou vagalumes-filhas da escuridão, as palavras,
minhas palavras vistas por outro lado.
Esperarei no sonho sem agitação
embora com o coração na boca
igual menino que armou arapuca
e espera o passarinho cair.
Tenho uma vontade danada
de ver minhas palavras de lá para cá,
já que sempre, a vida toda,
é só daqui pra lá
que as escrevo.
5 comentários:
E eu, como menina arteira pulo a cerca à tardezinha, quando as pessoas estão preocupadas com os jantares e meus olhos brilham em seu jardim.
Lá, embaixo da amoreira, roubo os frutos (as palavras) e me delicio até lambuzar os dedos e a face. Quem me vê depois, ainda vê rastros dos meu furto: mancha de amora e suspiro do coração.
Muitas vezes eu não comento seu blog, pq não há palavras que descrevam... ou talvez existam, mas não tenho intimidade com elas ainda. Não sei se um dia terei!
De lá prá cá é o que vejo daqui pra lá.
E às vezes me sinto em desvantagem já que as palavras me escorrem pelos dedos e, no máximo, arriscam a comentar o de bom que vejo "daí prá qui".
Um poema diferente esse! Gostei.
Ana Paula
E como menina já não sei ser, contento-me em recebê-las(as amoras) e fazer delas uma deliciosa geléia. Daquelas que quanto mais se saboreia mais quer.
Ver suas ver palavras de lá pra cá é uma delícia!
Voçe num imagina, é como comer amoras, fresquinhas, saborosas debaixo de uma árvore.. difícil é sair daqui!
Abração!
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