Eu vi a torre,
juro que vi.
Lá onde as palavras se formaram,
dos ventos que sopravam cantando
por todas as janelas.
Cada uma com seu som,
cada tribo com seu ar.
Foi a maior confusão,
eu estava lá.
Quando pensei que não,
“não” já não era negar,
era um gemido de dor,
bem conhecido de todos
que vinha do fundo,
bem do fundo
de dobras de tortuosas entranhas.
Estranhas escadas têm essa torre.
Desci e não encontrei o ar,
era outro o que saía,
estrangeiro do que eu queria falar.
Foi quando eu quis dizer
como “bom” e futuro cristão
o que na escuridão me poderia guiar,
a doce palavra amar.
Então ouvi minha mãe cantando
uma carinhosa e suave canção
na minha boca
o bico da letra “a”
3 comentários:
Bravo!
O dom da letra é como o dom do amor. Alguns tem, outros buscam...
Que linda "brincadeira" você faz com as palavras. Põe uma aqui, outra ali, tira daqui, e sobressai a torre, que no meu olhar, mesmo na escuridão há de se guiar pela palavra...AMAR. Lindo.
Ana Paula
E com essa paro de remexer os teus arquivos. Por hoje...rsrsrs
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