Que escuridão repentina aquela que veio
descontinuando a outra que se aproximava!
Era uma densa e larga sombra na boca da noite,
enchendo-a de diversa beleza no momento do ângelus
como fumaça escura de incenso sobre o altar
na penumbra da catedral.
Desfez-se logo em aguaceiro forte sobre a cidade,
um sinal que apressado enxerguei,
promessa de torrencial felicidade para o futuro.
Todavia a chuva, ou o céu de onde ela vinha,
ou um anjo imenso e travesso com asas cinzentas,
exigia o que não imaginei:
deixar-me lavar daquele avelhantado ganancioso eu
que me impedia de ouvir
o “dai-nos hoje” de rosários por séculos,
e ser novo e recolher o contentamento suficiente
... de cada dia.
6 comentários:
"Contentamento suficiente"
Adorei! Simplesmente belíssimo esse poema Dauri, como todos não é?
Elogiar você é chover no molhado!
Bem querido, tem presentinho pra você no meu blog!
Bjs
Lindíssimo! Quando eu crescer quero ser assim como você!
Um beijo!
Bonito isso: "o dai-nos hoje" de ros�rios por s�culos...
Passe l� no florescer que tem um presentinho para voc�.
Jacinta
Obrigada pela visita e pela gentileza, Dauri. Foi bom vir conhecer o seu blog.
Um abraço,
Silvia
"- Sou filho da terra e do céu.
Dai-me de beber, que tenho uma sede sem fim".
Abraços!
gosto das imagens que você constrõe... a forma como diz... em outras palavras, o cheiro de ferro queimado... e no mais, todos nós deveríamos aprender a nos contentar com o nosso de cada dia.. de fato as coisas seriam melhores... afinal, os lírios não trabalham e nem nada e ainda assim...
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