06 janeiro 2011

Inesperado sol

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No escritório, enquanto manuseava pastas e pastas sem saber o que procurava, o contato com aquela senhora determinava-lhe idas e vindas, caminhos possíveis e outros entendimentos. Algumas pastas guardava nos armários de onde as tirava, outras jogava num canto, as que estavam mais corroídas pelo tempo e pelas brocas. Quem chegasse à porta e o visse ali envolvido com aquela papelada logo comprovaria seu real interesse em colocar em andamento com responsabilidade e muito empenho sua gerência, ficariam admirados, mas o que ele fazia era somente oferecer a si mesmo a idéia de que trabalhava, precisava disso. Ela nao lhe dera maiores informações exatamente por supor que ele já as tivesse recebido quando da aceitação da função. O fato de ser chamado o tempo todo e por todos de senhor gerente levou-o a conclusão de que não sabiam do tal gerente nada além de que um novo viria para administrar aquelas instalações. Não haveria mais de se preocupar em saber o nome do verdadeiro gerente, qualquer nome que ele usasse seria bem aceito, até o próprio, mas na atual situação melhor mesmo era continuar simplesmente como o senhor gerente.

Um comentário:

Paula Barros disse...

Estou por aqui colocando a leitura em dia. 2011 - e eu por aqui, nesta leitura que flui, e que é boa de ler e de acompanhar.

Estou nesta fase de arrumar pastas do trabalho, pasta de casa, gavetas, rasgar papéis, jogar fora coisas que não servem....ah, se com os pensamentos e sentimentos fossem assim...abrir gavetas da mente, separar o que nos serve, jogar fora o que não nos faz bem.

Bem, 2011... e nem todas as gavetas serão arrumadas...nem dos móveis, nem da mente. rsrs

Um bom 2011. Desejo a você além de tudo de bom, que escreva muitoooooo...e assim eu lerei muitoooo. rsrs

um abraço.