11 setembro 2009

I

Ardem,
segundo consta,
na folha branca
as vontades de
poemas e orquídeas.

As linguagens,
filmes sem paisagens,
oferecem visões
de setembro.

Tempos,,
flores sem jardim
aqui. Enquanto
estou, o sol brilha lá.

Os gritos e os
engasgos
se querem palavras.
Jamais serão
belas frases.

O que cai
nos ensaios e nos anos
é um teatro, e o engano
de versos, nada mais do que rabiscos.
São circunstâncias.

Páginas e
orquídeas. Mas, ai,
sinto, inconstante,
o sol vai surgir,
outra vez vai surgir a poesia (matriz
de contra-poemas).

Poesia é seguir. Poemas
são pegadas na poeira
que o vento apaga.

(Vai se deletar isto aqui, senão hoje, amanhã)

12 comentários:

Carla disse...

Sol e orquídea: combinação que germina poesia.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Rubens da Cunha disse...

obrigado pela visita ao Casa de Paragens.
gostei muito dessa tua poética, e essa "invertida" me parece bem interessante, pois além de dizer algo em si mesma diz muito pela forma exposta

Rubens da Cunha disse...

obrigado pela visita ao Casa de Paragens.
gostei muito dessa tua poética, e essa "invertida" me parece bem interessante, pois além de dizer algo em si mesma diz muito pela forma exposta

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Querido Dauri, obrigado pelo carinho da visita e pelo registro em coment ... viajando fundo aqui no seu recanto ... beleza e sensibilidade à flor da pele ... voltarei sempre ...

bjux

;-)

Elcio Tuiribepi disse...

Muito lindo e preciso, os poemas geralmente um dia se evaporam, a poesia não, esta fica...um abraço na alma...

João Vicente Teixeira Lacerda disse...

Adorei o blog, parabéns!!!

Inspirador.

Késia Maximiano disse...

E mesmo q o vento apague, sempre fica dentro de nós o q de fato for pra ficar..
amei o cantinho!
super beijo!

Dr.do absurdo disse...

Opa, gostei de teu blog. Obrigado pela contribuição no meu (todos os comentários são na verdade uma contribuição).


O vento apaga as palavras escritas no tempo, mas as verdadeiras permanecem onde nada escapa: a memória do coração.

Márcio Almeida Júnior disse...

Uma dicção poética já madura. E soluções líricas que fogem ao trivial. Ambas as coisas se juntando para fazer de sua produção algo bem acima da média encontrada na blogosfera. Gostei do blogue e, em especial, de sua veia lírica.

lula eurico disse...

Isso: fruta madura e colhida no pé. Essa nova série reafirma tua obra que se vai adensando.

Abraçamigo e fraterno.

myra disse...

como voce escreve bem!!! e que lindas fotos de Vitoria, nao conheci mas tenho uma amiga, de faz muito tempo que vive ali, e obrigada por ter ido ver meu blog, sabe impossivel que "o vento apague a poesia"
um abraço,