encerrando a série
IX
(dando um tempo nas possíveis explicações,
voando no chão, um cavalo)
Os poetas andam reservando seus poemas.
Fazem bem se desejam
economizar o ar que respiram. Faltará.
As formigas tem razão. Mas...
Ele, tu,
(repare que o eu e o tu tem u)
o ele de mim, eu, o não-poeta
se hiperventila e tem delírios. Vive
com o que se fala, estende-se pelo capim,
criança, e bebe, e se engasga, e tosse, e bebe
e escarra as estrelas
que caem de certas palavras,
arde, amargas todas, doces depois,
doce que passa e fica ruim
como adoçante na boca que se quer cuspir,
mas tem que aguentar
até o filme acabar. Acabou?
Não me fez, não me faz,
não me fará: repare a letra esse
que traço, abre-se demais, não é assim
que escreve um poeta.