XI
Sonda-me um vozear que vem
num destino de bichos, desses que
correm
de incêndios. O impulso de dizer propõe
um lugar em que o amor escorrerá
como fonte.
Me resseco, no entanto.
Na garganta o que morre é o que desejei falar.
Fica o nó, conglomerado de sentimentos,
sensação
de saudades, abalos de insatisfação.
Sentir sombras me esconde às vezes.
À semelhança
de pedras sobre as quais caem alaridos e gritos,
e elas se perpetuam pedras, frias,
me calo e me vingo. Faço protestos de
surdez
e preguiça por alguns dias. O vozear me tenta
e me alicia com fragmentos de cantos de
ameríndios,
cantos budistas, rock, bossa nova...
Acrescido de caminhos sofridos e relâmpagos
me vou. Continuo, pois sim, pois o que
resta,
para um assim, de sina, de lua, senão estrada. Pássaros
fugidios cantam assombrados. Assombros de viver
é o que
apresento em parágrafos carentes de lucidez.
5 comentários:
Que rico poema Dauri. Vc é o convidado especial da minha edição, outra vez.
Abraço
Não carece, a lucidez. Basta a Poesia!
Abraçamigo.
Oi, gostaria de voltar a Brasília, foi muito bom.
Muitos, principalmente os bons escritores, não acreditam em inspiração. Há quem fale nos conteúdos do inconsciente. Talvez o muso da andarilha ao escrever remexa no meu inconsciente. Por isso escrevo. Adoro me sentir mexida, emocionada, instigada e as palavras sairem sem que eu pense.
Sempre é bom receber sua visita, principalmente quando a andarilha solta a voz na estrada.
uma linda terça para você.
Hoje vi passagem para o Espírito Santos, está muito bom o preço. Um dia vou andar por aí.
Devaneios nutrem a lucidez.
Contraponto para a razão.
Anteparo da alma.
Bom é seguir sendo gente!!!
Deus preserve a grande alma que tens...
Charles.
Postar um comentário