IV
Considerando no mundo as palavras
e os meus rumores, encontro, de provisório,
um caminho,
seja o do alecrim ou o das pedras, e o dos sonhos também.
Lá, bem depois, transcendente taça, quase
impossível,
é o que se chama de sede saciada.
Quando a mão e as palavras se iludem em escritas,
o que procuro é a passagem. Nem sempre
encontro.
Na maioria das vezes o portão não se abre,
e o que se diz com a boca seca é dito para
recolher,
algumas espigas, uvas e amor.
Abandono, sabor do vinho de vez em quando,
iniciação nos mistérios me firmam na
não aceitação
do termo poeta. Não sou.
O que me vale é o que se bebe, não o que se
desenha
nessas taças manchadas, postas de lado, vazias.
5 comentários:
Sério, eu queria escrever como você, que sonhooooooooo!
Claro que amo escrever, e jornalismo seria uma ótima opção. Mas também me interesso bastante por medicina. Tenho minhas dúvidas quanto a profissão ainda.
Querido Dauri, daqui saio embebido da mais pura poesia em sua forma. Abçs.
Gosto dessa combinação que você faz: alecrim -pedras - sonhos; espigas, uvas e amor.
Acho fantástico, criativo, poético essa combinação, e me transporta. Porque sinto cheiros, caminho no parreiral, ou num milharal, penso na dualidade do ser.
Sabe Dauri, muitas vezes quando vou escrevendo vou me vendo e revendo. Encontrando caminhos.
(Se não tivesse em Brasília, isso seria um texto para a andarilha.)
Ah, se na taça, depois do último gole, antes de enxugar delicadamente, pudesse ser visto a resposta das perguntas, o caminho, a verdade que nos saciasse, o portão da vida.
beijo
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