Ao dirigir pelo descampado seco em agosto
minha velha caminhonete caiu num buraco
e com ela dentro de mim eu caí.
Um fio de ouro, naquele instante, me ligou a um outro eu.
Olhei, procurando alguém que me entendesse
e me estendesse a mão e me trouxesse água,
ficasse comigo até a aflição passar.
Perdi o rumo, o tino, o senso.
Quando voltei me achei o mesmo. Me decepcionei.
Terei duro trabalho pela frente.
Na verdade queria me achar outro, louco,
para desfazer os caminhos pelos pastos
em meio à dívidas com os bancos,
e abrir outros por entre os arrozais,
imaginando que na Índia ou no Paquistão
levo um belo e cheiroso pedaço de pão
para aquele menino que cantarolando vai para a escola,
e como merenda carrega uma garrafinha
só com água de arroz.
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