Essa viagem longa
- por entre paisagens cinzas,
rios sem água,
que se avistavam por seus olhos -
fazia-o pensar que outro dia seria outro peso,
na mesma sina de ser infeliz.
No entanto ele ouviu uma canção sem graça
que vinha chorosa sabe-se lá de onde
de um vazio qualquer,
de um porão sem entrada de luz
ou de um peixe agonizando fora d’água.
Depois de tantas viagens,
Ele ouviu.
(Antes tarde do que nunca).
Ouviu e decidiu que choraria com a música.
Sim, choraria por ter perdido tanto tempo
em acreditar numa sina que o fazia viver
uma vida infeliz.
Ele contou isso pra me animar.
Pra me convencer a trocar de olhar.
Mas, não sei...
Não sei se é tão simples.
Será que as cores correm ainda
por baixo da cinza,
dos leitos secos,
rios que outrora
foram as minhas fontes?
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