07 agosto 2007

Nascer

Acordei
e um clarão invadiu minha consciência.
Compreendi tudo num instante
naquele mesmo em que tudo esqueci.

Ficou uma nostalgia
cor de tarde oca,
fim de dia longe da família,
entrada de noite sem festa e sem fogueira,
fria.

Acordei e sei
Que caí numa hora
nenhuma daquelas do relógio.
Hora de dor
de quem nasce já tendo nascido
sem nunca jamais entender
que nascimento foi esse
e para quê.

Acordei e decidi
recolher nos campos do meu vagante rumo
em meio ao joio farto
cada poesia, único grão
para o pão capaz de me nutrir.

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