A vida anda escorrendo em prata
mas é chumbo derretido, ao invés.
Tem uma aparência de brilho que ilude
mas logo o peso do chumbo imprime seu cinza.
Fica para lá do horizonte barrado
aquele sol que ainda brilha na dor.
Essa consternação de viver sabendo
que não há transcendências no chumbo
não me permite o engano.
O chumbo escorrido como se prata fosse
faz um vale devaneante para olhares compassivos.
Eu vejo o que não desejo
e lamento o mundo
que longe, longe ,
se mostrava em profecias ruins,
mas no instante da respiração presente
é o dia que chegou concreto
sem qualquer chance de fuga.
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