Os habitantes - 1
, talvez seja melhor dizer uns fragmentos, ou em fragmentos, ele pensou, do que nada falar, ela escutaria, calma, tranqüila, sempre presente, tão discretamente presente, totalmente ausente, mas presente, porque senão o calor me evapora, as palavras em vento, como vento das montanhas traria uma aragem de sossego, estava desassossegado, o sossego o que seria?, perguntava-se, teria tido sossego algum dia?, sim? quando?, mais sentia-se assim, acostumara-se assim, o sossego era só um momento, o passar de um passarinho, foi abrindo a mesa sem cuidado, nada era tão importante quanto tomar aqueles pensamentos e fazer deles umas frases, elas seriam salvadoras, abriu a mesa com as duas mãos, empurrando tudo para os lados, como um general que abre um mapa sobre o brilho da mesa bem polida, a sua não, a sua carregava-se de manchas, marcas, manchas ou marcas?, marcas, preferia marcas, eram marcas, mas até que queria apagá-las, viver sem marcas, sempre fora marcado, como um boi, balançou a cabeça como se os pensamentos fossem moscas, melhor seria mandar aquela mesa para um canto qualquer do galpão, e procurar outra, mesas haviam muitas pelo galpão afora, mas, da mesa vieram lembranças, o que ela pensaria, o que diria, sim, talvez, se pudesse, ela tomaria a caneta, ela não sabia usar teclados, mas na caneta ela desenhava letras, cada uma com um sentimento, o seu a era um balãozinho branco no céu, o seu m era uma cadeia de suaves e lindas montanhas de uma terra distante, agora eu entendo, ele pensou, agora eu entendo a distância daquelas montanhas do seu m, mas ela estava ali, e avistava tudo, e o que ela escreveria?, ele se perguntou
, talvez seja melhor dizer uns fragmentos, ou em fragmentos, ele pensou, do que nada falar, ela escutaria, calma, tranqüila, sempre presente, tão discretamente presente, totalmente ausente, mas presente, porque senão o calor me evapora, as palavras em vento, como vento das montanhas traria uma aragem de sossego, estava desassossegado, o sossego o que seria?, perguntava-se, teria tido sossego algum dia?, sim? quando?, mais sentia-se assim, acostumara-se assim, o sossego era só um momento, o passar de um passarinho, foi abrindo a mesa sem cuidado, nada era tão importante quanto tomar aqueles pensamentos e fazer deles umas frases, elas seriam salvadoras, abriu a mesa com as duas mãos, empurrando tudo para os lados, como um general que abre um mapa sobre o brilho da mesa bem polida, a sua não, a sua carregava-se de manchas, marcas, manchas ou marcas?, marcas, preferia marcas, eram marcas, mas até que queria apagá-las, viver sem marcas, sempre fora marcado, como um boi, balançou a cabeça como se os pensamentos fossem moscas, melhor seria mandar aquela mesa para um canto qualquer do galpão, e procurar outra, mesas haviam muitas pelo galpão afora, mas, da mesa vieram lembranças, o que ela pensaria, o que diria, sim, talvez, se pudesse, ela tomaria a caneta, ela não sabia usar teclados, mas na caneta ela desenhava letras, cada uma com um sentimento, o seu a era um balãozinho branco no céu, o seu m era uma cadeia de suaves e lindas montanhas de uma terra distante, agora eu entendo, ele pensou, agora eu entendo a distância daquelas montanhas do seu m, mas ela estava ali, e avistava tudo, e o que ela escreveria?, ele se perguntou