27 junho 2007

Correria

Você tanto corria
Entre um compromisso e outro
E na hora do almoço
Mal comia e lá se ia
A pagar as contas
Como se penitente fosse
De uma culpa que não sabia.

Na verdade você queria
Só um tempo e voltar para casa
Mais cedo que de costume
e compor aquela música
Que como água que vaza e pinga
ia tocando em sua mente
insistentemente.

De repente o tiroteio
Você no meio sem entender
O assalto, a polícia, o banco cheio.
De pavor você se viu
Morto e estirado; e a vida?
Ah, a vida só dissabor e trabalho.
Mas nenhuma bala lhe matou
Senão à musica que parou
De tocar.
Que alívio!

Em casa com o violão
Depois de tudo e do susto grande
Você tentou e tentou de novo
Aquela música que se repetia
Com ritmo, melodia e letra
Como água que pinga e vaza
De torneira velha que não se fecha.
Que nada!
Nada, nenhuma palavra, nenhum som.
Só uma irritação
Pelo mal do dia seguinte
Tudo igual
A sempre.

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