09 maio 2009

1
1Estava ali. Seu rosto
(nele algo meu)
tinha vários espantos,
uma beleza, e o peso do dia.
2Foi um tempo curto,
o mundo,
um e outro. Eu.
3O estranho. Quem era?



4Ele falava coisas pequenas.
Seus olhos são grandes.
O sol muito quente.
O que ele falava tornou-se
um mundo.
5Meu coração se enxergou.
Vi meus passos curtos
e mesmo assim desejei
atravessar o deserto.


6Naquele olhar ouvi:
é uma voz que te protesta
que te elabora em planícies,
vales perdidos. 7Estas montanhas
ainda não são as mais altas.
Vai-se por entre elas
teu caminho. 8Dai por diante
não entendi mais nada.
9De tudo ficou, todavia,
que eu devia olhar os pardais
e as cambuciras com mais atenção.

4 comentários:

John Doe disse...

Na vida só se entende de verdade a simplicidade das coisas simples, e mesmo assim, as vezes, me pego não entendendo...

Jorge Elias disse...

Encontrastes com Zaratrusta ...

Grande abraço,

Jorge

Paula Barros disse...

Eu só queria entender...

Quando leio que não entendo eu penso que podia escrever um romance, um livro, para eu ler todo de uma vez. Começo, meio e fim. De uma série.

"Meu coração se enxergou" - Deve ser bom, eu também queria.

Saio daqui com um alerta para ouvir, olhar e ficar mais antenta a natureza, as coisas simples da vida.

um semana boa para você. abraço

Mírian Mondon disse...

Que lindo! Descubro aqui uma beleza nova que me agrada!

Parabens!